Carta 14

Anexo 5
 

Muitos santos sofreram dentro da Santa Igreja, mas foram fortes até o fim… seguiram o exemplo de Jesus Cristo, Deus Forte.

Citarei apenas sete exemplos dos santos que sofreram com bispos perversos e depravados; alguns tiveram que fugir para se manterem fiéis à Igreja.

 

1. São Basílio Magno

“O Bispo Diânio conferiu-lhe o leitorado. Diânio, embora fiel à Religião Católica, por umas declarações feitas nos concílios de Antioquia e Sárdica, fez com que sua ortodoxia fosse posta em dúvida. Basílio, profundamente entristecido com esse fato e para não se expor a perder a fé, com grande pesar se separou do Bispo, a quem dedicava grande amizade, e dirigiu-se para o Ponto, onde a santa mãe e uma irmã tinham fundado um convento para donzelas cristãs” (Luz Perpétua, Vol. 1).

 

2. Santo Eulógio

“Infelizmente os cristãos viram diante de si o péssimo exemplo do Bispo Recafredo, que tinha procedido com muita covardia e dado escândalos. Eulógio tanto se entristeceu com isto, que se absteve por algum tempo da celebração da Missa, para não ser obrigado a celebrar os santos Mistérios na presença do Prelado, e com este ato sancionar o procedimento indigno do mesmo. Recafredo ofendeu-se com o retraimento de Eulógio e ordenou-lhe sob pena de excomunhão, que o acompanhasse à Igreja e celebrasse na sua presença. Eulógio, achando improcedente tão severa ordem, retirou-se para a França” (Luz Perpétua, Vol. 1).

 

3. São Bruno

“Vendo-se perseguido pelo Arcebispo simoníaco Manassés, e profundamente aborrecido das vaidades e prazeres do mundo, resolveu abandonar tudo que ao mundo o ligava e procurar a solidão” (Luz Perpétua, Vol. 2).

 

4. São Gregório Nazianzeno

“Entre os próprios Bispos surgiu uma grande dissidência, porque alguns consideraram ilegal a elevação de Gregório à Sé Patriarcal. Gregório fez-lhes ver que, se ocupava a Sé Patriarcal, não era porque a tivesse desejado, mas porque o haviam obrigado a aceitar o cargo. Vendo, porém, que alguns se lhe mostravam inacessíveis às razões e, receando maiores perturbações, por ocasião de uma conferência episcopal, levantou-se e dirigiu-se aos Bispos nestes termos: ‘Amadíssimos colegas e co-pastores do rebanho de Cristo! Não vos ficaria bem, se vós, que deveis pregar a paz aos outros, quisesses viver em discórdia. Se achardes que sou o causador desta desunião, atirai-me ao mar e haverá paz; pois não me julgo mais santo que o profeta Jonas. Minha consciência de nada me acusa e considero-me inocente das culpas de que me acusais; mas para que cesse a discórdia, prefiro sacrificar-me’. Estas palavras, Gregório disse-as com toda a calma, humildade e mansidão e, tendo terminado, despediu-se de todos e abandonou o recinto. Imediatamente se dirigiu ao imperador, ao qual comunicou a resolução de renunciar. Não foi sem dificuldade que obteve o consentimento de Teodósio para a retirada” (Luz Perpétua, Vol. 1).

 

5. São João Crisóstomo

São João Crisóstomo que foi perseguido pelo Patriarca (Arcebispo) Teófilo de Alexandria, Egito, escreve: “Não quero mencionar os fatos de que alguns, só para conseguir o cargo de chefe da Igreja, cometeram até assassinatos dentro das comunidades e devastaram cidades inteiras” (O Sacerdócio, Livro III, 10), e: “… o sacerdote deve temer mais os que lhe estão próximos, inclusive os colegas de cargo” (Idem., 14).

Tudo indica que o incendiário é o Patriarca (Arcebispo) Teófilo de Alexandria, terrível perseguidor de São João Crisóstomo e amigo íntimo da Imperatriz Eudóxia (nova Jezabel).

O Arcebispo Teófilo era tão horroroso, que o apelidaram de “Faraó eclesiástico”.

O que mais me admira, é São João XXIII colocá-lo como exemplo de união na Encíclica “Ad Petri Cathedram”, 43, e alguém nomeá-lo como “luz” em Apoftegmas.

 

6. São João Bosco

São João Bosco escreveu o seguinte diante das perseguições do Arcebispo Dom Lourenço Gastaldi contra ele: “… Uma vez que estou submetendo a pobre Sociedade Salesiana a esta humilhação, pelo menos as coisas durassem! Mas receio muito. Vai-se propalando que D. Bosco foi condenado, que o Pe. Bonetti não irá mais a Chieri, etc. De toda a maneira agi com seriedade, e conservando silêncio vou para a frente…” (Carta ao Cardeal Nina, Turim, 18 de julho de 1882).

Ele escreve também: “… As coisas com o Arcebispo sofrem diariamente alternativas. Hoje é tudo paz, amanhã tudo é guerra e eu aceito tudo e assim iremos para frente…” (Carta ao Pe. Dalmazzo, Turim, 29 de julho de 1882).

 

7. Santo Tomás de Cantalupo

“O arcebispo de Cantuária, não conseguindo dobrar a retidão de Tomás, caluniou-o e o excomungou. Tomás então recorreu a Roma apelando ao Papa Martinho IV. Papa e cardeais reconheceram de fato a inocência do bispo Tomás. O Papa Martinho IV disse para Tomás tomar cuidado com o arcebispo, porque era um homem muito perigoso… Tomás morreu no caminho de volta” (Dom Servilio Conti, I.M.C., O Santo do Dia).