Muitos santos sofreram dentro da Santa
Igreja, mas foram fortes
até o fim… seguiram o exemplo de Jesus Cristo, Deus Forte.
Citarei apenas sete
exemplos dos santos que sofreram com bispos
perversos e depravados; alguns tiveram que fugir para se
manterem fiéis à Igreja.
1. São Basílio Magno
“O Bispo
Diânio conferiu-lhe o leitorado. Diânio, embora fiel à
Religião Católica, por umas declarações feitas nos concílios
de Antioquia e Sárdica, fez com que sua ortodoxia fosse
posta em dúvida. Basílio, profundamente entristecido com
esse fato e para não se expor a perder a fé, com grande
pesar se separou do Bispo, a quem dedicava grande amizade, e
dirigiu-se para o Ponto, onde a santa mãe e uma irmã tinham
fundado um convento para donzelas cristãs” (Luz
Perpétua, Vol. 1).
2. Santo Eulógio
“Infelizmente
os cristãos viram diante de si o péssimo exemplo do Bispo
Recafredo, que tinha procedido com muita covardia e dado
escândalos. Eulógio tanto se entristeceu com isto, que se
absteve por algum tempo da celebração da Missa, para não ser
obrigado a celebrar os santos Mistérios na presença do
Prelado, e com este ato sancionar o procedimento indigno do
mesmo. Recafredo ofendeu-se com o retraimento de Eulógio e
ordenou-lhe sob pena de excomunhão, que o acompanhasse à
Igreja e celebrasse na sua presença. Eulógio, achando
improcedente tão severa ordem, retirou-se para a França” (Luz
Perpétua, Vol. 1).
3. São Bruno
“Vendo-se
perseguido pelo Arcebispo simoníaco Manassés, e
profundamente aborrecido das vaidades e prazeres do mundo,
resolveu abandonar tudo que ao mundo o ligava e procurar a
solidão” (Luz
Perpétua, Vol. 2).
4. São Gregório Nazianzeno
“Entre os
próprios Bispos surgiu uma grande dissidência, porque alguns
consideraram ilegal a elevação de Gregório à Sé Patriarcal.
Gregório fez-lhes ver que, se ocupava a Sé Patriarcal, não
era porque a tivesse desejado, mas porque o haviam obrigado
a aceitar o cargo. Vendo, porém, que alguns se lhe mostravam
inacessíveis às razões e, receando maiores perturbações, por
ocasião de uma conferência episcopal, levantou-se e
dirigiu-se aos Bispos nestes termos: ‘Amadíssimos colegas e
co-pastores do rebanho de Cristo! Não vos ficaria bem, se
vós, que deveis pregar a paz aos outros, quisesses viver em
discórdia. Se achardes que sou o causador desta desunião,
atirai-me ao mar e haverá paz; pois não me julgo mais santo
que o profeta Jonas. Minha consciência de nada me acusa e
considero-me inocente das culpas de que me acusais; mas para
que cesse a discórdia, prefiro sacrificar-me’. Estas
palavras, Gregório disse-as com toda a calma, humildade e
mansidão e, tendo terminado, despediu-se de todos e
abandonou o recinto. Imediatamente se dirigiu ao imperador,
ao qual comunicou a resolução de renunciar. Não foi sem
dificuldade que obteve o consentimento de Teodósio para a
retirada” (Luz
Perpétua, Vol. 1).
5. São João Crisóstomo
São João Crisóstomo que foi perseguido
pelo Patriarca (Arcebispo) Teófilo de Alexandria, Egito,
escreve:
“Não quero mencionar
os fatos de que alguns, só para conseguir o cargo de chefe
da Igreja, cometeram até assassinatos dentro das comunidades
e devastaram cidades inteiras” (O
Sacerdócio, Livro III, 10), e: “…
o sacerdote deve temer mais os que lhe estão próximos,
inclusive os colegas de cargo” (Idem.,
14).
Tudo indica que o
incendiário é o Patriarca (Arcebispo) Teófilo de Alexandria,
terrível perseguidor de São João Crisóstomo e amigo íntimo
da Imperatriz Eudóxia (nova Jezabel).
O Arcebispo Teófilo era tão horroroso, que
o apelidaram de “Faraó eclesiástico”.
O que mais me admira, é
São João XXIII colocá-lo como exemplo de união na Encíclica
“Ad Petri Cathedram”, 43, e alguém nomeá-lo como “luz” em
Apoftegmas.
6. São João Bosco
São João Bosco escreveu o seguinte diante
das perseguições do Arcebispo Dom Lourenço Gastaldi contra
ele: “… Uma vez que estou
submetendo a pobre Sociedade Salesiana a esta humilhação,
pelo menos as coisas durassem! Mas receio muito. Vai-se
propalando que D. Bosco foi condenado, que o Pe. Bonetti não
irá mais a Chieri, etc. De toda a maneira agi com seriedade,
e conservando silêncio vou para a frente…” (Carta
ao Cardeal Nina, Turim, 18 de julho de 1882).
Ele escreve também:
“… As coisas com o Arcebispo sofrem
diariamente alternativas. Hoje é tudo paz, amanhã tudo é
guerra e eu aceito tudo e assim iremos para frente…” (Carta
ao Pe. Dalmazzo, Turim, 29 de julho de 1882).
7.
Santo Tomás de Cantalupo
“O arcebispo
de Cantuária, não conseguindo dobrar a retidão de Tomás,
caluniou-o e o excomungou. Tomás então recorreu a
Roma apelando ao Papa Martinho IV. Papa e cardeais
reconheceram de fato a inocência do bispo Tomás. O Papa
Martinho IV disse para Tomás tomar cuidado com o arcebispo,
porque era um homem muito perigoso… Tomás morreu no caminho
de volta” (Dom
Servilio Conti, I.M.C., O Santo do Dia).
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